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Comentário sobre o cronista Lourenço Diaféria


Lourenço Diaféria, cronista e jornalista, faleceu em decorrência de problemas cardíacos. Pai de cinco filhos, apresentava problemas de saúde há cerca de 1 ano antes de sua morte.
A “crônica dos pães” conta a história de uma criança que caiu do vigésimo andar de um prédio, mas que sobreviveu à queda.
Na crônica, o edifício de onde a criança caiu tem muitas janelas escuras, os apartamentos são cubículos habitados pela tripulação anônima das ruas, gente que tem como único patrimônio o cotidiano áspero. Ao ver a criança que sobreviveu à queda na calçada, o narrador começa a se perguntar como ela sobreviveu. Ele se vê forçado a pensar que daquele edifício voou um anjo sem asas, e outra: ele se vê pensando na mais discarada crença do milagre, então o narrados diz que não depende desse milagre urbano para acreditar nos antigos e futuros milagres, inclusive, ele sabe que as leis da física podem explicar como a criança sobreviveu, entretanto, ele diz “... Mas não é a sobrevivência da criança que me informa o milagre. É saber que a física também gosta de crianças”. Para explicar, ele diz que gosta de ler quatro cronistas: Matheus, Marcos, Lucas e João, e um dos temas mais fascinantes focalizados pelos quatro escritores... Trata-se da multiplicação dos pães.
Após ter narrado esse fato de maneira diferente, como se não tivesse existido milagre algum, ou como se tivesse acontecido um milagre ainda maior do que o discretamente narrado pelos quatros cronistas, nos leva a entender que, no fim das contas, a criança sobreviveu pelo fato de crer mais nisto do que as pessoas que moravam no prédio, que são pessoas fechadas para o mundo, são pessoas que só enxergam o que esta a frente, e que só pensam em sim mesmas e só trabalham que tem como único e provavelmente maior patrimônio, o seu “cotidiano áspero”.   
CRÔNICA DOS PÃES
Certa vez uma criança caiu do vigésimo andar de um prédio, em São Paulo. Seu corpo bateu na calçada e o baque assustou as pessoas que viram a queda. Mas a criança se levantou. Conduzida a um hospital, os médicos custaram a acreditar que nada lhe houve acontecido. A criança ficou em observação e recebeu alta. Está viva até hoje.
                A cidade esqueceu o fato. Eu o relembro agora, porque todos os dias vejo o prédio de onde a criança caiu. É um edifício com muitas janelas escuras, onde se penduravam varais com roupas de cima e de baixo. Nas tardes luminosas, ele se ressalta compacto contra o fundo fuliginoso do horizonte, onde se diluem chaminés, telhados e crista da serra.
                Os apartamentos do prédio são cubículos habitados pela tripulação anônima das ruas; gente quase sempre sem genealogia e sem bens de raiz. Gente que tem como único patrimônio o cotidiano áspero. No edifício calcinado da várzea, residia a criança singular, que rolou de sessenta metros de altura e continuou viva. Cada vez que encaro esse edifício enfavelado, pergunto-me por que os milhares de olheiras e gente amarfanhada. E eu, que não acredito em marcianos, vejo-me forçado a pensar que dali voou um anjo sem asas, e outra vez se renova minha mais descarada crença no milagre. Não que eu dependa desse milagre urbano e atual para acreditar nos antigos e futuros milagres. Não é isso. Sei que as leis da Física estão aí justamente para explicar que um corpo de criança, baixando do vigésimo andar em velocidade crescente, pode Ter atenuada sua queda ao bater nos fios de iluminação – como aconteceu – e chegar, vivo, de encontro ao chão de concreto. E continuar vivo e esperto como o corpo de uma criança alada. Mas não é a sobrevivência da criança que me informa o milagre. É  saber que a Física também gosta de crianças.
                O mal dos cronistas é que eles se impressionam com coisas pequenas e passageiras. Posso dar exemplos. Dos bons cronistas que conheço, gosto especialmente de quatro. A rigor, não são nossos contemporâneos, embora sejam atualíssimos. E cada vez mais atualizadíssimos, à medida que aumentam a angústia e a perplexidade da humanidade. Os cronistas a que me refiro chamam-se Mateus, Marcos, Lucas e João. Talvez nunca tenham se preocupado demais com pormenores históricos; e penso que jamais seriam convidados para fazer parte da associação dos jornalistas científicos. Eu diria que eles são cronistas das intenções. Li muita coisa deles, e me parecem totalmente autênticos. Em suas palavras, queima-se uma chama intensa e viva. Diria que eles iluminam o mundo. Admira-me até que os jornais, indiscutivelmente, os maiores redutos de cronistas do País, não tenham tido ainda a idéia de contratá-los.  É  uma pena, sem dúvida. Mas é essa ausência que me permite, hoje, aproveitar um dos temas mais fascinantes focalizados pelos quatro escritores.  ... Trata-se da multiplicação dos pães.
                Muitos leitores, que não acreditam nem em milagre de criança que cai do vigésimo andar e não morre, ficam intrigados como as pequenas divergências de palavras no mesmo relato desses cronistas. Mateus e Marcos narram duas multiplicações dos pães. Lucas e João se limitam a uma única versão. Para quem não gosta de cronistas, ou de milagres, essa falha põe tudo a perder. Mas o importante no caso é o fundo de verdade da narrativa. De modo que não me custa nada fingir de cronista e tentar contar esse mesmo fato da multiplicação dos pães, como se não tivesse existido milagre algum. Ou antes: como se tivesse acontecido um milagre ainda maior do que o discretamente narrado pelos quatro cronistas do Evangelho.
                Foi assim: a multidão tinha se reunido para ouvir o homem que anunciava a justiça, o perdão, o amor e a ressurreição. Portanto, a barra não era fácil. Num certo momento, o homem que pregava fez uma pausa e avisou que estava na hora de aquela multidão comer. Muitos dos ouvintes haviam vindo de longe. Os amigos do homem, ressabiados, explicaram que não havia alimentos para todos.
            O homem que pregava a justiça sorriu quando viu que um menino na multidão oferecia seus cinco pães e dois peixinhos, que havia trazido na matula. Esse menino devia Ter mais fé que os adultos. Com esse pão e peixe, o homem pediu que todos se assentassem na relva, em grupos. Ele ia dividir o pão e o peixe entre todos, e cada um comeria uma migalha, uma isca de peixe. Mas, então, os adultos se tocaram e imitaram o gesto do menino. E eis que um tira de seu alforje mais um pão, e mais um peixe; e outro segue-lhe o exemplo; e assim por diante. E cada um cedeu o que havia trazido só para si e para sua fome. Daí a pouco estavam todos comendo pão e peixe, e um elogiava o peixe do amigo, e o pão do vizinho, e ficaram fartos, alegres e ainda palitavam os dentes de satisfação. E apanharam-se as sobras, para que nada se perdesse, pois daí a um nada chegariam os lixeiros, e recolheriam cestos de pães e peixes e iriam para suas casas contando às mulheres que, à beira do lago de Tiberíades, havia um homem que distribuía com igualdade, dividia com sabedoria e anunciava a vida eterna.

Alunos: Thainá Oliveira,Taís Figueredo,Igor Martins,Vanessa Madeiro,Juliana de Oliveira 
Grupo: Improvisando na leitura



Comentário sobre Mário Prata

        O artista das letras, essa é a melhor definição para Mário Prata o homem que está 9 vezes entre os mais vendidos do país, e já conquistou ao longo de sua carreira 18 prêmios nacionais e internacionais em diversas áreas. Já fez jornalismo, cinema, teatro, novelas, literatura adulta e infantil. Ele escreve sobre tudo, do sério a mais pura comedia, exemplo disso são suas crônicas, que dão um espetáculo de simplicidade, mas que não consegue te desprender, elas são divertidas, alegres, engraçadas, e sempre te trazem uma mensagem, não necessariamente de que você venha mudar a sua vida, mas talvez pensar um pouco sobre o que acontece nela e você nem percebe, o tipo de autor que você ler do “bu bu, ba ba” até quando você não lembrar onde deixou o livro de tão velho que você está, ele se tornou um escritor completo. E se você é do tipo de pessoa que não gosta de ler, comece a ler um de seus livros e garanto que você não vai querer mais parar.

As mulheres de trinta
O que mais as espanta é que, de repente, elas percebem que já são balzaquianas. Mas poucas balzacas leram A Mulher de Trinta, do Honoré de Balzac, escrito há mais de 150 anos. Olhe o que ele diz:
“Uma mulher de trinta anos tem atrativos irresistíveis. A mulher jovem tem muitas ilusões, muita inexperiência. Uma nos instrui, a outra quer tudo aprender e acredita ter dito tudo despindo o vestido. (...) Entre elas duas há a distância incomensurável que vai do previsto ao imprevisto, da força à fraqueza. A mulher de trinta anos satisfaz tudo, e a jovem, sob pena de não sê-lo, nada pode satisfazer”.
Madame Bovary, outra francesa trintona, era tão maravilhosa que seu criador chegou a dizer diante dos tribunais: “Madame Bovary c’ést moi”.  E a Marylin Monroe que fez tudo aquilo entre 30 e 40?
Mas voltemos à nossa mulher de trinta, a brasileira-tropicana, aquela que podemos encontrar na frente das escolas pegando os filhos ou num balcão de bar bebendo um chope sozinha. Sim, a mulher de trinta bebe. A mulher de trinta é morena. Quando resolve fazer a besteira de tingir os cabelos de amarelo-hebe passam, automaticamente a terem 40. E o que mais encanta nas de trinta é que parecem que nunca vão perder aquele jeitinho que trouxeram dos 20. Mas, para isso, como elas se preocupam com a barriguinha.
A mulher de trinta está para se separar. Ou já se separou. São raras as mulheres que passam por esta faixa sem terminar um casamento. Em compensação, ainda antes dos quarenta elas arrumam o segundo e definitivo.
A grande maioria têm dois filhos. Geralmente um casal. As que ainda não tiveram filhos se tornam um perigo, quando estão ali pelos 35. Periga pegarem o primeiro quarentão que encontrarem pela frente. Elas querem casar.
Elas talvez não saibam, mas são as mais bonitas das mulheres. Acho até que a idade mínima para concurso de miss deveria ser 30 anos. Desfilam como gazelas, embora eu nunca tenha visto uma (gazela). Sorriem e nos olham com uns olhos claros. Já notou que elas têm olhos claros? E as que usam uns cabelos longos e ondulados e ficam a todo momento jogando as melenas para trás? É de matar.
O problema com esta faixa de idade é achar uma que não esteja terminando alguma tese ou TCC. E eu pergunto: existe algo mais excitante do que uma médica de 32 anos, toda de branco, com o estetoscópio balançando no decote do seu jaleco diante daqueles hirtos seios? E mulher de trinta guiando jipe? Covardia.
A mulher de trinta ainda não fez plástica. Não precisa. Está com tudo em cima.  Ela, ao contrário das de vinte, nunca ficaram. Quando resolvem vão pra valer. Fazem sexo como se fosse a última vez. A mulher de trinta morde, grita, sua como ninguém. Não finge. Mata o homem, tenha ele vinte ou 50. E o hálito, então? É fresco. E os pelinhos nas costas, lá pra baixo, que mais parecem pele de pêssego, como diria o Machado se referindo a Helena que, infelizmente, nunca chegou aos 30?
Mas o que mais me encanta nas mulheres de trinta é a independência. Moram sozinhas e suas casas tem ainda um frescor das de 20 e a maturidade das de 40. Adoram flores e um cachorrinho pequeno. Curtem janelas abertas. Elas sabem escolher um travesseiro. E amam quem querem, a hora que querem e onde querem. E o mais importante: do jeito que desejam.
São fortes as mulheres de trinta. E não têm pressa pra nada. Sabem onde vão chegar. E sempre chegam.
Chegam lá atrás, no Balzac: “a mulher de trinta anos satisfaz tudo”.


Alunos: Camila, Luana, Monaliza, Rafaela, Tainá e Yldiane
Grupo: As exploradoras do Conhecimento  

Comentário do filme "É proibido fumar"


O fumo na vida de pessoas hoje tem causado grandes consequências, pois quanto mais se fuma mais a possibilidade da doença aumentasse. O cigarro traz problemas tanto sociais como pessoais.
Baby (Glória Pires) é uma professora de violão e solitária estava em um momento de sua vida muito difícil, pois tinha acabado de perder pessoas especiais. Tinha um grande vício químico (o fumo) que com isso fez com que sua família isolasse. Na sua vida estava passando momentos monótonos que fazia com que aumentasse o vício e o seu transtorno.
Mais com a chegada do seu vizinho Max (Paulo Miklos) surgiu um grande sentimento entre os dois e Baby começou a viver novamente. E tentou se recuperar do fumo até que as desconfianças começaram,e ela descobriu que Max estava saindo com a ex-namorada,e então retornou ao vício.
O filme traz também um assunto muito interessante que muitas vezes acontece conosco, que subordinação e troca. No filme,aparece o porteiro pedindo dinheiro em troca da fita que incriminava Baby,onde ela sem querer atropela a ex-namorada de Max.
Max para mostrar o seu amor por Baby pagou pela fita, e ela ainda desconfiou dele, mas no final ela entendeu o que fez,foi à maior prova de amor

Alunas: Carolina Mendes, Daniela Rodrigues, Jéssica Gualdêncio, Lorena Brasil, Lyvia Muniz, Mariana Zampolo
Grupo: Leitura com capricho